Mas o que um caboclo marabaense poderia aproveitar num show de hip-hop californiano?
Tudo, claro!
Como no show do New Order, a acústica do ginásio foi o senão para um espetáculo em que o som tem que fluir redondo como a Skol que rolou sem limites na área Vip - gelada -, diga-se.
Os loops do estilo hip-hop com supergraves pesaram um pouco no entendimento geral das tramas costuradas pela banda, mas, a performance da proprietária da "barriguinha"mais bonita de todo o pop-rock mundial, valeu cada centado do ingresso a R$ 150 paus.
O grupo norte-americano Black Eyed Peas fez a sua última apresentação da turnê brasileira, na noite desta terça-feira, em Brasília. Cerca de 15 mil pessoas assistiram ao show, que começou com pouco menos de meia hora de atraso, no Ginásio Nilson Nelson. Exaltando o Brasil e as mulheres brasileiras, a banda – composta por Apl.De.Ap, Taboo, Will.I.Am. e Fergie – deu espetáculo, com momentos intercalados de danças sincronizadas, acrobacias e muita sensualidade da vocalista Fergie. Nem mesmo a acústica ruim do local prejudicou a apresentação, que agradou a maioria das pessoas presentes no evento.
Pouco antes das 21h30, os californianos subiram ao palco sob forte gritaria dos fãs que lotaram o ginásio. Will.I.Am. fez questão de soltar frases em português, o que levou o público à loucura. Logo no começo, desta vez em inglês, ele fez um elogio às mulheres da Capital Federal. “As mais bonitas mulheres do Brasil estão em Brasília”, disse.
O público masculino, por sua vez, não conseguiu desgrudar os olhos da sensual vocalista Fergie. Ela subiu ao palco com uma provocante calça azul clara, blusa preta e jaqueta nas mesmas cores da calça, bem pop. Depois de executar quatro músicas pouco conhecidas, a banda começou a agitar de vez a galera ao som do hit Don’t Lie. Na seqüência, emendou com um medley de Sweet Child O’ Mine, do Guns n’ Roses, na voz de Fergie.
Daí pra frente, entre performances de todos os quatro principais integrantes do Black Eyed Peas, a banda exibiu clássicos que consagraram o grupo de hip hop, como Shut Up, momento em que Fergie sentou-se apoiada a uma das caixas de som do palco e simulou um choro. Depois, levantou-se e, já bastante animada, deu diversas “estrelinhas”.
Espécie de coringa da banda, Will.I.Am., deu continuação ao show tocando no violão Hotel Califórnia, do The Eagles. Mexendo com a platéia, ele pediu para que todos gritassem o nome da banda e teve o pedido atendido prontamente. Um pouco mais tarde, pediu também a interação do público com os celulares. O contraste de todas as luzes do ginásio apagadas, com os milhares de celulares acesos, tornou o Nilson Nelson um mar azul.
Um momento marcante da apresentação ocorreu quando Will.I.Am., com sua voz, acompanhou as batidas da bateria, acelerando de acordo com as “baquetadas”. Ao longo do show, todas as estrelas mudaram de roupa por várias vezes, usando, inclusive, em alguns momentos, camisas e jaquetas do Brasil. Os sucessos Don´t Phunk With My Heart, Pump It e Humps também tiraram a galera do chão.
Já com um insinuante top rosa, Fergie junto aos seus companheiros fez o ginásio inteiro cantar, como se fosse em uma só voz, o primeiro sucesso da banda – Where is the love, do disco Elephunk. Quando a conexão público-banda chegou ao auge, os norte-americanos fizeram um intervalo de cinco minutos.
Na volta, Will.I.Am. deu show na bateria. Foi na segunda metade da apresentação que houve espaço para performances dos demais integrantes da banda. Destaque para a percussão, saxofone, trombone e guitarra. Já no final do show, o grupo deu uma boa notícia para os brasileiros, principalmente, os cariocas, com o anúncio de que em breve voltará ao país, para apresentação no Rio de Janeiro.
Antes de deixar o placo, o Black Eyed Peas – como fez também nas demais cidades brasileiras por onde passou – tocou Mas que nada, do brasileiro Sérgio Mendes. Após uma merecida chuva de papéis picados, os californianos fizeram trocadilho repetindo o nome “Brasília”, a fim de saudar o público da capital do país e, por volta de 23h20, deixaram o palco.
Os brasilienses saíram satisfeitos do show. O jornalista Daniel Farias, 26 anos, elogiou a apresentação da banda. “Há um ano fui em um show deles no Canadá e não achei nada demais. Hoje, no Brasil, assisti a uma apresentação contagiante. Me surpreendi”, disse, acreditando que os músicos do grupo se identificam mesmo com o Brasil. De Brasília, o Black Eyed Peas segue a turnê do disco Monkey Business pela América do Sul. A próxima escala será Caracas, na Venezuela.
Farias disse tudo!
A próxima entourage será no mesmo Ginásio, tendo à frente Marcelo D2, semana que vem. Venham assistir.
Com Correio Web
Um comentário:
Prezado Val,
Dei uma olhadinha nas músicas deles no youtube, não posso dizer muita coisa porque como já disse para mim já é suficiente a maravilha de ouvir alguns compositores da música clássica, mas não chego ao ponto de rejeitar os demais tipos de música.
Certa vez assisti a um filme brasileiro chamado Fala Tu, na verdade um documentário, aprendi a ver os rapers de forma diferente, (ao menos os brasileiros que não falam de glória e luxo), não como apologetas do crimes, mas enquanto memórias de um mundo que abominamos, mas existe.
É como eles dissessem este é o mundo que você ouvinte cumplice ou não me condenou...
Ajudou muito compreender também ouvindo um grupo de conterrâneos seus chamado 3 um Só. Veja,
http://www.youtube.com/watch?v=ZReOsqhv-nw
No meu site já escrevi uma vez sobre funk num pequenino artigo:
http://baiaodeideias.blogspot.com/2007/11/t-feia-mas-t-na-moda-direitos-civis-e.html
abs,
Nilson
Há um grupo de rapers
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